mais uma vez pedro olhava seu quarto, já vazio de tudo que era dele,
todas aquelas coisas, aqueles cantos, já sem encantos
e entulhado de lembranças e de uma vida quase que inteira.
Naquela manhã o sol não conseguia quebrar toda a escuridão do seu envólucro,
ele tentou levar tudo que fizesse parecer que na verdade ele nunca tinha ido,
como quem levasse aquele pedaço de calçada e árvore pra todos os lugares do mundo.
***********************
foram dias girando em volta de sí mesmo, afinal era apenas uma bolha,
uma bolha meio desmedida, longe de ser redonda, um tanto achatada,
de ângular nem a esquina com as fronteiras,
o azul nunca tão celeste quanto a do céu que o arrancava da cama de manhã,
tinha uma iluminação diferente e periódica, uma fonte que jorrava sonhos em todos os tons de azul,
e uma barra dessas gigantes, onde depois do alongamento,
todos eram conduzidos pra muito além daquela figura geometricamente equivocada.
maurício backer spinelli . sobre a bolha azul
Nenhum comentário:
Postar um comentário