terça-feira, 28 de abril de 2009

o vento traz o riso seu que sempre me fazia rir...



o vento traz o riso seu que sempre me fazia rir...
e eu que achava que um novo amor curaria a dor, procurei feito agulha no palheiro procurando em todos os cantos pra poder me entregar inteiro, não se ama uma só vez nessa vida e eu só sei amar assim sem peso e nem medida, vou, vejo o abismo montadinho na frente, uma luz que vem debaixo pra cima, um vento que me faz ter asas de novo, o sorriso que salta assim do rosto, um dormir tranquilo e acordar ainda mais pleno... percorri esse caminho todinho pra chegar assim, na portinha e ver tua mão estendida... sem perguntas, julgamentos, passado, ou futuro... apenas esse instante congelado do momento do toque e do gosto...
amando de novo... amando tudo, do sol a tempestade...
das noites insones, aos novos caminhos...
do lixo que foi embora a verdade que impregnou tudo!

e eu que pensava que não ia me apaixonar nunca mais na vida!

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Mar Sem Fim ... para kyll, de quem muito me orgulho de ter dividido tanta coisa.

"... Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou tv. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar do calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver".
("Mar Sem Fim" de Amyr Klink)

terça-feira, 21 de abril de 2009

de ser capaz, de ser feliz...


tenho por excelencia o dom de ser feliz, de me recriar dentro de todos os pormenores dessa vida, caí muitas vezes, e cairei outras, é só nisso que tenho conseguido pensar aqui, internado enquanto espero minha primeira cirurgia, mas a cada dia indo de encontro a ela, sinto que chego ainda mais perto de mim, tenho por babaquice talvez o hábito de abrir o peito e mostrar o que tem dentro, mostrar do que sou feito, de mostrar minhas lágrimas, meus sorrisos, meus erros e acertos, é assim que me fiz, e tenho consciencia plena disso, e hoje tenho a consciencia que nos machucamos muito mais do que tudo ao fazermos isso, mas mesmo assim, continuarei a arreganhá-lo ao mundo, continuarei sonhando, caminhando e crescendo...


sim o mundo caiu por cima de mim de novo, eu tinha esse mundo,eu sonnhei com ele e criei tudo que nele existia, os baóbas cresceram e destruiram todo o meu planeta, já não existem vulcões, rosas, estrelas, guisos e os sorrisos muitas vezes são duvidosos. ainda não sei o que sobrou de mim, ainda não sei qual será meu próximo sonho, ainda não sei um bocado de coisa do que será nesses próximos passos, sei que ainda respiro, e que morro de rir com coisas simples, que sinto vontade de estar com minha familia, com meus amigos, de poder celebrar a vida e correr atrás do tempo perdido ( será que algum tempo em algum momento é perdido?).


agora posso mais uma vez ser amado pelo que eu sou e com todas as mazelas que fazem parte do ser o que eu sou, mas o que mais sei disso tudo é que decidi um dia desse que vou passar por tudo isso com a força de um touro, com a gana de um ser humano que sabe o valor de poder respirar e sentir seu coração verdadeiramente vivo, e me aplaudam, por que eu vencerei majestosamente todos os obstaculos, mas enquanto não venço a guerra toda, ficarei vencendo as pequenas batalhas do dia-a-adia, e sorrindo muito desse jorro que é a vida.


maurício backer spinelli - 3 dias antes da cirurgia