quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

ultima página do diário de 2009


Para alcançar o sucesso...

o que é preciso? será que tudo vale a pena?
e se a alma for pequena?
e se as intenções forem escuzas?
sucesso é todos reconhecerem algo que nem é tanta verdade assim?
seja no palco ou fora dele....
sucesso não seria fazer o que nosso coração manda de forma transparente e limpa,
ao menos com sua consciencia, por que agradar geral é impossível...
toda unanimidade é burra, lembra disso?

o que custa ter um pouco de humildade? bondade? companheirismo?
o que a gente faz quando percebe que contribuiu pra criação de um monstrinho comedor de sorrisos?
o gosto do veneno é estranho quando provamos dele,
se tua mão te envergonha, arranca-a, tira esse ferrão de junto do teu corpo.


benevolência, verdade, generosidade,firmeza, cara limpa, personalidade...
É dificil mesmo viver com tudo isso? alguns mentem o tempo todo...
Em seus casamentos, suas familias, seus trabalhos, suas amizades, suas aparentes verdades...
é um querendo comer o outro, e todo mundo se comendo por debaixo dos panos, onde isso acaba levando?

é melhor rasgar os panos,
quebrar as máscaras,
jogar merda no ventilador,
jogar o pernão,
derrubar a ponte do janga,
chutar o pau da barraca,
gritar alto do lado da pedra,
e verter todos os caminhos possíveis...

e ir... contra o vento, contra o tempo, contra todas as coisas...
por que gostar do fácil realmente é algo que não me impulsona,
O dificil, o que sangra, o que demora, o que faz suar, faz-me ir além,
a ... e o sucesso? sei lá do sucesso!!! quem foi que disse que isso era o mais importante?

o mais importante é ser feliz, e mais nada!!!!!!!!


maurício backer spinelli . chegando ao fim de 2009.


dedico a 4 mulheres muito importante na minha vida:
Vivyanne Spinelli, minha irmã...
Priscilla Guimarães, minha mulher...
Anne Isabelle, minha afilhada...
Ludmila Pessoa... Minha Filha!

sábado, 31 de outubro de 2009

...

eu nem sei por que vim aqui, tava andando meio como quem não sabe pra onde vai, sabia apenas que em algum momento daria de cara com o abismo, ele adora se colocar no meu caminho, é impressionante, agora eu sou a única pessoa, no singular, sem tempo, nem espaço, rindo contra a luz do sol, gritando com o azul e de braços aberto esperando um vento mais forte ( quem será que faz os ventos?).


mauh backer spinelli.

sábado, 8 de agosto de 2009

a volta


pedro chegou de viagem as pressas, já tinha marcado essa volta algumas vezes mas sempre algo acontecia pra impedir o seu retorno. dessa vez ele não avisou a ninguém, por que não queria criar tantas expectativas, por hora já bastavam as que ele vinha trazendo em sua frasqueira. Sentia um aperto no peito, uma satisfação estranha e suspensa em voltar, como se a vida tivesse rebubinado os sentidos, rebubinado? nem sabia mais se algumas palavras ainda eram usadas, o tempo estava confuso, de onde vinha o inverno era pavoroso, deu de cara com um céu azul e um sol que cegava.

quando abriu a porta, esbarrou em seu sorriso no espelho, as plantas, a casa, a fonte e abagunça do quarto dos fundos... tudo estava no lugar, apenas a sua espera, com certeza essas foram as únicas coisas que resolveram lhe esperar, o mundo tinha rodado algumas vezes, e ele precisava o quanto antes ir pra nova estação, antes que o trem das 11:11 passasse.

sentiu o cheiro dos lençois, do feijão, viu outras marcas que a vida lhe deixára, colocou a música no ultimo volume, acreditando que isso calaria a voz do silêncio. ainda existiam as grades, e os armários do seu antigo mundo estavam todos com portas, chaves e amontoado de pesos desnecessários ao novo caminho.

virou pra tonca e disse:
- preciso correr contra o tempo.
- você vem fazendo isso a tanto tempo pedro
- alguns costumes persistem
- insista em deixá-los, os costumes, os maus hábitos.
- mas ainda gosto de sentir o vento do abismo.
- isso faz parte de sua natureza, não tem como mudar.

é, pedro já sabia que algumas coisas simplesmentes não mudam, o seu sorriso agora tinha um outro sentido, um novo sabor, decidiu arrombar os armários e jogar fora as chaves, mas decidiu deixar ao menos a porta do castelo intacta, mandou cavar um fosso em volta dele, e além do fosso, reforçou a porta e mandou aumentar as janelas, amanhã começará a ampliar o seu jardim, descobriu nessa viagem algumas espécimes muito raras e que precisam ser cultivadas, só não sabe ainda como elas vão se portar com o clima local.

o dia tinha sido longo, mas uma semana passou muito rápido, a mais rápida de meses, resolveu dormir cedo e encher as linhas de sua agenda, resolveu assumir mais riscos, o tempo e todos os desafios, percebeu que o relógio lhe serve mais como adereço e que o tempo é um cavalo selvagem que passa correndo no prado apenas uma única vez.

maurício backer spinelli - no mês que seria dos ventos.

terça-feira, 21 de julho de 2009

primeiro desabafo desse internamento.



essa é a sexta semana consecutiva que estou internado no bom e velho santa joana pra fazer uma antibioticoterapia ( preciso mesmo explicar o que significa?)... fiquei no quarto 33, do mesmo prédio que aprendi a me sentir em casa, o medcenter, foi a primeira vez que me internei e passei pela recepção com os olhos cheios de lágrimas, com medo, desesperançado, sem entender o por que de tantos capitulos nessa história.

me senti desamparado pelos meus ortopedistas, me senti assustado com a possibilidade de abrir de novo, de passar meses a fio nesse tratamento, tudo passou pela minha cabeça, em segundos aquela bolha que apareceu na minha cicatriz de 28 pontos me levou ao inferno.

passei dias querendo escrever, comunicar aos amigos, mas tava sem saco, sem coragem, precisava reunir forças pra passar por mais esse desafio, onde paciência, disciplina, fé e perseverança eram fundamentais. Os dias foram passando um a um, algumas noites insones, o silencio que falava comigo, os monstros fora do armário, as lembranças de tudo que já tinha vivido até esse momento, no mesmo quarto. quando escolhi operar o joelho, avaliei todos os riscos, que um hemofilico A moderado teria, em colocar uma prótese, escolhi tudo, inclusive quem me trataria diariamente, e sabia dos riscos, de infecção e de tudo que acarreta fazer uma artroplástia.

mas eu tava cansado, eu to cansado, precisando de uma pausa disso tudo, deixei de fumar, de beber, 4 meses até de trepar, minha vida boêmia agoara é história pra boi dormir, segui por outro caminho, dou de cara todas as noites com meus medos, com uma outra realidade, realidade que fugi, que todos fugimos e que achamos que não é vida.

No mesmo dia que me internei,envoquei uma força que nem sei de onde veio e segui em frente, dormi todas as noites sozinho, passei a ler mais, a escrever mais, a conversar mais comigo, com deus, a olhar mais ainda pra mim e pras minhas escolhas, a peneirar tudo o que eu tinha a minha volta, se não podia escolher estar ou não nessa situação, no mais eu escolheria, escolhia o que comer, o que vestir, o que ouvir, o que ver e com quem conviver, tomei a vida ali, naquele momento, no exato momento em que pensei ter me perdido, eu encontrei um caminho.um caminho todo novo, onde escolhi me despir de muita coisa, inclusive de encarar a morte e o medo dela como algo extremamente natural, como quem apenas dorme depois de um longo dia de trabalho.

entre curativos, fisioterapias, jelco, chegar sem andar, voltar a andar, taxas de exames que sobem, que descem, médicos insensíveis que te apavoram de forma irreponsável, sorrisos, orações, passeios, carrinho do lanche, gosto metálico na boca, dores, tomografias, cintilografias, radiografias, furadas, muitas furadas, jejuns pra exames, novelas de tarde com vaninha, medo do resultado dos exames, material radioativo correndo nas minhas veias, imunidade baixa, imunidade alta, mudança de valores, o mundo que muda, que gira, que deixa tonto, pessoas que cruzam seu caminho assim cheio de amor, orações e verdade pra que você fique bom, cortinha que caí dos olhos e você se encontra obrigado a ver o mundo completamente diferente, onde as pessoas encontram tempo pra encher a cara com vc embaixo de uma arvore, mas pouco se importam quando você já não tem determinadas coisas a oferecer...

e pela primeira vez, percebi que eu tinha a minha vida, alí, com medo, onde podia perdê-la, onde podia mudar ainda mais, mas sou eu, deus e minha vida, um grande encontro, um momento único, que nem da pra explicar em palavras, e encontrei felicidade aqui nesses dias e uma enorme vontade de voltar pra minha casa, de ter mais tempo pra mim, pra minha mãe, minhas irmãs, meus sobrinhos, meus amigos, e dessa vez, não por medo de perder, por que o que é de verdade, jamais estará perdido, mas por escolha, de dizer, é por alí e é dessa forma que eu vou.


maurício backer spinelli há 5 dias de receber alta.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

funny ilusion logran !



trabalhar com a ilusão, mexer com ego, com a libido, com as posibilidades e com a fantasia do outro, no fim das contas era isso que terminávamos por fazer...
afinal, mesmo chegando tão junto da gente, sem ser um dos nossos, eles jamais poderiam ser um de nós, no máximo, por algum tempo; estar junto.
tolos que nunca perceberam que poderíamos caminhar lado a lado, e repito, não todos, mas pelo tempo que estívessemos juntos, poderíamos trocar do sumo da vida, e beber de sabores diferentes.

inebriados sambávamos embaixo das árvores, da chuva, dos primeiros raios de sol, amanhecíamos acordando os passáros e com um largo sorriso enfadado de tantas horas de escancaro.
a essência é individual e poucos compreendem de fato a importância de ser núcleo, e menos ainda compreendem que cada fragmento desse todo tem sua importância, e gastam toda sua energia querendo reproduzir aquilo que gostariam de ser, de ter, de sentir... sem nunca conseguir de fato chegar perto do que é real.

por que alí todas as estações co-existiam, alí tudo era possível, e dentro de nosso seio o amor transborda mesmo com ausência, mesmo com os abismos, mesmo com as vertigens, existem uma paixão e uma força selvagem que é nossa, e que continuará sendo nossa, seja como for, seja onde for.

a vida segue em frente, essa é a grande força de tudo, é algo que não podemos conter, nunca! jamais... e só os fortes sobrevivem!!! aos fracos... a ilusão de que podem ser algo além de figurantes.


maurício backer spinelli - julho 2009.




conheçam um pouco da maravilhosa Erika Sother - http://www.erikasother.com/

quarta-feira, 8 de julho de 2009

conversinha de fim de feira...


Ele me disse:- Você deveria jogar tudo isso fora...


Mas eu fiquei com muito medo, por que tava tudo misturado e tinha coisas alí dentro da sacola que eram muito importantes na minha vida...

- Algumas vezes precisamos nos livrar de coisas importantes na vida pra seguir em frente, pra saber onde estamos pisando, pra seguir o caminho mais leve...

Aí abri a sacola e comecei a procurar...

- Não!! Não!! joga tudo, sem escolher nada... apenas joga...

Gelei.... nem lembrava de tudo que tava alí dentro, ou se eu tinha uma sacola reserva pra voltar a encher...

- Joga no mar... no rio... no vento... joga em algum lugar onde isso possa se transformar...
- Transformar... seguir... é eu preciso disso!
- Você precisa se livrar do peso morto...
- Mas uma parte de mim também morreu..
- Se livra dessa parte também... Não ta tudo na sacola? joga ela fora!!!
- Não sei se ta tudo aqui...
- Mas joga... Joga tudo fora!!!
- Jogo?
- Joga!!!
- Joguei...

mauricio backer spinelli . 2005


( há quatro anos atrás, de quando a rita tinha roubado meu sorriso, dentre outras coisas... jogando tudo fora de novo... é preciso !os médicos recomendaram tirar todo o peso de cima da carcaça pra poupar a prótese, aproveitando que arranquei portas e derrubei janelas, vou jogar o que puder fora, quem sabe de tão leve não vôo com o vento? )

quinta-feira, 2 de julho de 2009

apaixonado


me apaixonei pelas palavras. Pelas contrução das frases, pelo respirar ortográfico; estou absorto e encantado, tal qual menino quando aprende a ler.


estou apaixonado pela escrita, pelo cicronismo dos pensamentos, pela ordenação emocional, pela cautela pontual.


eslas tem vida própria, e juntas me causam e emocionam, sim eu estou apaixonado, pelas palavras, e pretendo consolidar esse amor casando-me com elas.



maurício backer spinelli - 28.06.2009.

terça-feira, 30 de junho de 2009

querer, poder e conseguir?


querer, nem sempre pode ser poder, mas sem dúvida alguma já é meio caminho andado pra conseguir!
maurício backer spinelli.




domingo, 28 de junho de 2009

Bicho Papão


Hoje minha terapeuta preocupada com o que eu tinha feito do bicho papão que costumava deixar sempre preso com outras coisas que me assombravam dentro do armário, me questionou sobre o que eu tinha feito dele; e nesse momento descobri que tinha deixado ele vir pra qui pra fora, e que também tinha arrancado todas as portas dos meus armários.



maurício backer spinelli.

sábado, 27 de junho de 2009

um guerreiro precisa de...


silencio...

fé...

tempo...

solidão...

quietude...

disciplina..

coragem...

verdade...


" não apresse o rio, ele corre sozinho"

quinta-feira, 28 de maio de 2009


dizer adeus é algo que realmente dói, prefiro acreditar num breve até logo e fechar os olhos imaginando todas as tardes que te vi sentada ao cavalete desenhando ou pintando, ouvindo chico buarque ou roberto carlos, prefiro lembrar das tantas conversas que tivemos sobre os mundos, sobre religião, livros, familia e escolhas.melhor que pensar na partida é fechar os olhos e sentir ainda teu abraço e todo teu cuidado sempre que eu adoecia e precisava de você...te sinto ainda como uma rocha, firme e de pé, capaz sempre de enfrentar tudo que a vida colocasse a tua frente.ter sido amado por você minha avó e trocado tanta coisa ao longo desses anos foi realmente engrandecedor...que Deus te guarde ao lado de Vovô e de seu querido Pai que sempre falavas com tanta saudade...daqui, nós continuamos com a trajetória começada por nossos antepassados, daqui continuamos vivendo o amor que nos foi dado por você grande matriarca.vai em paz, com todo amor e luz que couber no teu caminho.vou te amar sempre Dona Maria da Apresentação Spinelli, minha "Vó".


Mauricio Backer Spinelli.



Quem quiser plantar saudade,

primeiro escalde a semente.

Depois plante em lugar seco,

onde bata o sol mais quente.

Pois, se plantar no molhado,

quando nascer, mata gente.


Antônio Pereira de Moraes

terça-feira, 19 de maio de 2009

Meus 33 anos...


Passei um ano inteiro pensando como seria comemorar 33 anos, que tema eu escolheria, onde seria dessa vez “the big fest”, que amigos chamaria, se faria sol ou chuva, mas me esqueci que a vida por si só nos leva muitas vezes, ou melhor, quase sempre, pra muito longe daquilo que planejamos.

Sim, 33 anos, a idade cristo, a idade da maturidade plena, nem sou tão jovem, nem tão velho, digamos que quase no ponto, a idade de Alexandre o grande, 33 voltas ao redor do rei sol, 33 também é o numero do quarto que tenho me internado aqui no medcenter desde que decidi mudar o meu bendito caminho e aceitar muitos dos fatos que antes congelavam minha alma, tenho olhado a vida pelo vidro da janela do meu quarto enquanto espero a cura do meu corpo, e a cura de outras coisas ainda mais complexas... tenho me tornado gente grande, mas minha alma ainda insiste em morar na terra do nunca.

Não sei se estaria mais feliz se não estivesse nesse caminho, só sei que tive coragem de mudar o rumo da minha história e pagar o preço por isso, correndo mais uma vez todos os riscos que se paga quando resolvemos viver de verdade, duas cirurgias em menos de 2 meses, uma recuperação pra lá de difícil, encontro com pessoas que nunca pensei que cruzariam meu caminho, e que se tornaram muito importantes e imprescindíveis a ele, o encontro com minha fé e a perda de tantas certezas que temos quando cruzamos os 20 anos.

Descobri agora como somos perecíveis, como o mundo é pequeno, como perdemos tempo com coisas banais e gente desinteressante, o mundo ta tão cheio de possibilidades e
gastamos um precioso tempo em explicar os (aos) outros, - é, o inferno são os outros!!
gosto do meu aniversário, gosto de ser lembrado, gosto de saber que andei até aqui, gosto de lembrar do cheiro de tudo que vivi, das cores, dos sons, dos sabores, gosto de lembrar de como cresci, de como aprendi e de como me joguei na vida, independente dos erros e acertos, a vida não começa aos quarenta, LA VITTA É A DESSO, e começa no exato momento que você resolve viver.

Então, quero vida, quero bolo, quero abraço apertado e esmagador, quero bola, quero velas, acesas, sempre acesas, e que se apaguem só, quando assim elas quiserem, quero verdade, quero família, colo de mãe, sorrisos, amigos, brigadeiro, surpresas, quero a sensação do inesperado, quero cheiro de festa e boas lembranças de tudo que ficou pra trás, simmmm, não quero olhar pra trás, quero apenas trazer o que aprendi e um sorriso estampado na alma, muita música, presentes embrulhados em papéis lindos, quero rásga-los!!! Quero filme agarrado com os irmãos feitos nessa vida, a certeza de que podemos ser o que quisermos, mesmo que seja de faz de conta, quero agora, quero já, amanhã não sei, amanhã quem sabe?? Quero a vida como ela é, no exato lugar onde consegui chegar e com as pessoas que comigo fizeram questão de vir, e por hora quero agradecer a Deus por dois grandes presentes que ele me deu quando decidiu me mandar pra essas terras, obrigado por minha capacidade de amar, e por minha capacidade de me reinventar.

Feliz Aniversário pra mim e uma vida plena pra todos nós.

Maurício Backer Spinelli.

terça-feira, 28 de abril de 2009

o vento traz o riso seu que sempre me fazia rir...



o vento traz o riso seu que sempre me fazia rir...
e eu que achava que um novo amor curaria a dor, procurei feito agulha no palheiro procurando em todos os cantos pra poder me entregar inteiro, não se ama uma só vez nessa vida e eu só sei amar assim sem peso e nem medida, vou, vejo o abismo montadinho na frente, uma luz que vem debaixo pra cima, um vento que me faz ter asas de novo, o sorriso que salta assim do rosto, um dormir tranquilo e acordar ainda mais pleno... percorri esse caminho todinho pra chegar assim, na portinha e ver tua mão estendida... sem perguntas, julgamentos, passado, ou futuro... apenas esse instante congelado do momento do toque e do gosto...
amando de novo... amando tudo, do sol a tempestade...
das noites insones, aos novos caminhos...
do lixo que foi embora a verdade que impregnou tudo!

e eu que pensava que não ia me apaixonar nunca mais na vida!

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Mar Sem Fim ... para kyll, de quem muito me orgulho de ter dividido tanta coisa.

"... Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou tv. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar do calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver".
("Mar Sem Fim" de Amyr Klink)

terça-feira, 21 de abril de 2009

de ser capaz, de ser feliz...


tenho por excelencia o dom de ser feliz, de me recriar dentro de todos os pormenores dessa vida, caí muitas vezes, e cairei outras, é só nisso que tenho conseguido pensar aqui, internado enquanto espero minha primeira cirurgia, mas a cada dia indo de encontro a ela, sinto que chego ainda mais perto de mim, tenho por babaquice talvez o hábito de abrir o peito e mostrar o que tem dentro, mostrar do que sou feito, de mostrar minhas lágrimas, meus sorrisos, meus erros e acertos, é assim que me fiz, e tenho consciencia plena disso, e hoje tenho a consciencia que nos machucamos muito mais do que tudo ao fazermos isso, mas mesmo assim, continuarei a arreganhá-lo ao mundo, continuarei sonhando, caminhando e crescendo...


sim o mundo caiu por cima de mim de novo, eu tinha esse mundo,eu sonnhei com ele e criei tudo que nele existia, os baóbas cresceram e destruiram todo o meu planeta, já não existem vulcões, rosas, estrelas, guisos e os sorrisos muitas vezes são duvidosos. ainda não sei o que sobrou de mim, ainda não sei qual será meu próximo sonho, ainda não sei um bocado de coisa do que será nesses próximos passos, sei que ainda respiro, e que morro de rir com coisas simples, que sinto vontade de estar com minha familia, com meus amigos, de poder celebrar a vida e correr atrás do tempo perdido ( será que algum tempo em algum momento é perdido?).


agora posso mais uma vez ser amado pelo que eu sou e com todas as mazelas que fazem parte do ser o que eu sou, mas o que mais sei disso tudo é que decidi um dia desse que vou passar por tudo isso com a força de um touro, com a gana de um ser humano que sabe o valor de poder respirar e sentir seu coração verdadeiramente vivo, e me aplaudam, por que eu vencerei majestosamente todos os obstaculos, mas enquanto não venço a guerra toda, ficarei vencendo as pequenas batalhas do dia-a-adia, e sorrindo muito desse jorro que é a vida.


maurício backer spinelli - 3 dias antes da cirurgia